Conta a história que os índios da tribo Tupinambá, no Maranhão, escapou ao ataque dos portugueses que
invadiram as suas terras e por isso fizeram uma grande
festa, com muita bebida feita à base de mandioca ou milho
cozido fermentado em uma porção de água. A certa altura
uma mulher, sem motivos aparentes, esbofeteia um
homem. Logo toda a aldeia entra na briga separando-se
em duas metades. Como resultado da confusão as partes
fundam duas novas tribos de canibais e nunca mais
fizeram as pazes. Para os Tupinambás alcançarem a vida
eterna, achavam eles, era fundamental que a divisão e o
ódio entre as tribos fossem mantidos. Os normandos
também pensavam dessa maneira. Esses povos têm, ao
menos, o mérito de reconhecer que a violência é integrante
da natureza humana. Com esta certeza foi elaborada a
psicologia da guerra, como justificativa e consolo. O ser
humano precisa de oposição, divergir opiniões. Tem
necessidade premente de se opor a si mesmo. Tem
desejos de sentir-se diferente dos semelhantes, quer
superá-los e se convencer de que a verdade é um privilégio
seu, particular. Em contra partida não pode tolerar a
diferença e isso o autoriza a matar. Eu não acredito que o
homem de Neandertal (extinto há 70 mil anos) tenha sido
nosso antepassado, mas ninguém nega que a pratica do
genocídio tenha dado fim à espécie e que a nossa ambição,
inveja, arrogância e o desejo do poder que nos leva às
guerras sejam o caminho da extinção do ser humano,
ninguém, também, vai negar...
silvioafonso